À minha sombra empalidece a Flora,
Extingue-se a Espécie, vaporiza o Mar!
Doente, o Sol desmaia, o Céu descora,
Secam-se as Fontes, rarefaz-se o Ar!
Quando ela passa pelos campos fora,
Ardem os Colmos e desaba o Lar;
Perdem-se virgens que ninguém desflora
E as Aves deixam de saber voar!
Eis o que eu sonho para a minha sombra:
Poder que esmaga, tiraniza e assombra
A própria ira que de mim lhe empresto.
Poder funesto, mas que existe
Na minha sombra, rigorosa e triste
Repetidora do meu triste gesto!
Reinaldo Ferreira
Foto:Jeff Lieberman
2 comentários:
Excelente fotografia!
Wind,
Sabes, creio, que aprecio a poesia do Reinaldo Ferreira, que conheci há muitos anos (a poesia, não o poeta) em Moçambique. Ilustraste-a de forma magnífica. Parabéns!
Um beijo.
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