segunda-feira, setembro 24, 2007

Grandeza



À minha sombra empalidece a Flora,
Extingue-se a Espécie, vaporiza o Mar!
Doente, o Sol desmaia, o Céu descora,
Secam-se as Fontes, rarefaz-se o Ar!

Quando ela passa pelos campos fora,
Ardem os Colmos e desaba o Lar;
Perdem-se virgens que ninguém desflora
E as Aves deixam de saber voar!

Eis o que eu sonho para a minha sombra:
Poder que esmaga, tiraniza e assombra
A própria ira que de mim lhe empresto.

Poder funesto, mas que existe
Na minha sombra, rigorosa e triste
Repetidora do meu triste gesto!

Reinaldo Ferreira

Foto:Jeff Lieberman

2 comentários:

Paula Raposo disse...

Excelente fotografia!

Alien8 disse...

Wind,

Sabes, creio, que aprecio a poesia do Reinaldo Ferreira, que conheci há muitos anos (a poesia, não o poeta) em Moçambique. Ilustraste-a de forma magnífica. Parabéns!

Um beijo.