sexta-feira, janeiro 06, 2006
Sonetos que não são
Aflição de ser eu e não ser outra.
Aflição de não ser, amor, aquela
Que muitas filhas te deu, casou donzela
E à noite se prepara e se adivinha
Objeto de amor, atenta e bela.
Aflição de não ser a grande ilha
Que te retém e não te desespera.
(A noite como fera se avizinha.)
Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel
Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra.
Hilda Hilst
Foto:Marino Parisotto
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3 comentários:
ola Wind,
Lindissimo o poema
acompanhado por uma musica belissima
um bom fim de semana para ti
:)
Terei de cá voltar... com mais tempo... pois não gosto de comentar sem me aperceber de todas as sensações... enfim, cuscar á maneira...
Reparo que tens gosto musicais similares... ponto em comum...
tenho mesmo de voltar...
Bjinho
Caramba eu adoro poesia mas fico esmagada com a beleza das imagens!
Gosto muito da música...engraçado neste blog consegues criar vários tempos de análise e sentires...e tem a ver comigo esta forma de estar!
beijinho grande,gosto muito
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