segunda-feira, janeiro 02, 2006

Dos amores - de paz e desespero



Dos amores - de paz e desespero -
Eu tenho que me inspiram noite e dia:
Meu anjo bom é um homem puro e vero;
O mau, uma mulher de tez sombria.

Para levar a tentação a cabo,
O feminino atrai meu anjo e vive
A querer tranformá-lo em diabo,
Tentando-lhe a pureza com a lascívia.

Se há de meu anjo corromper-se em demo
Suspeito apenas, sem dizer que seja;
Mas sendo ambos tão meus, e amigos, temo

Que o anjo no fogo já do outro esteja.
Nunca sabê-lo, embora desconfie,
Até que o meu anjo contagie.

William Shakespeare

Foto:Dominique Lefort

2 comentários:

mixtu disse...

... temo.
poema, e particuarmente a foto fantástica.
saludos

Maria disse...

MInha querida, uma bom ano para ti.
Beijos grandes.