sexta-feira, janeiro 20, 2006

Serenata



Pelas ribeiras do rio
está a noite a molhar-se
e nos peitos de Lolita
só de amor morrem os ramos.

Só de amor morrem os ramos.

A noite canta despida
sobre as pontes que tem Março.
Lolita lava o seu corpo
com água salgada e nardos.

Só de amor morrem os ramos.

A noite de anis e prata
rebrilha pelos telhados,
Prata de arroios e espelhos.
Anis de tuas coxas brancas.

Só de amor morrem os ramos.

Frederico García Lorca

Foto:Stephane Bourson

2 comentários:

mixtu disse...

lorca é uma descoberta, para mim, recente, a tradução, como qq tradução perde sempre algo...

paper life disse...

Bem escolhida a imagem para um poema que o merece.