quarta-feira, outubro 01, 2008

Ternura



Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora

Vinícius de Moraes

6 comentários:

Alien8 disse...

Wind,

Vinícius, Sena, Eugénio e os gatos... tudo ao volante do Chevrolet pela Estrada de Sintra :)

Como sempre, gostei muito.

Beijinhos.

Paula Raposo disse...

Fantástico este poema que nunca tinha lido! Vinícius é único mesmo! Beijos.

Luciano Freitas disse...

Isabel Cruz... Eu possuo um blog de contos e uso fotografias nas capas dos mesmos. Gostaria de saber se eu poderia usar a foto dos macacos que vi no conto de sexta-feira.

Essa: http://olhares.aeiou.pt/macacos/foto839859.html

Me responda por e-mail com o seu nome e um sobrenome (para que eu possar colocar nos créditos) e um link de sua preferência (para que possam conhecer o seu trabalho.

Desde já, grato!

O blog: www.muitosemum.blogspot.com

Fatyly disse...

LIndissimo e tão suave:)
Adorei!

Beijocas

Luciano Freitas disse...

Muito obrigado. Eu enviei a mensagem pelo seu gmail tb. Desculpe..rs. Sexta-feira postarei!

Passe bem tb! :)

peciscas disse...

Tranquilo, sereno, mas profundamente terno poema de amor.