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Dos amigos que perdi
não falo. Sei
que estamos em agosto, mês
dos remos escaldantes, sei
que há lodo sob as algas,
sob a pele. Oblíqua,
sei também, a sombra
cai sobre as oliveiras. É
tempo de içares
tuas velas, teus ergueres
teus guindastes
junto ao rio. Dis
poníveis estão
as luzes; preparadas,
ermas estão as águas.
Preciso de arrumar a casa, rever o sistema, brunir
os móveis e o tato.
Preciso de opor o tempo ao tempo.
O espaço ao espaço.
Albano Martins
Foto retirada do Google
4 comentários:
Porque é preciso 'opor o tempo ao tempo'. Belo poema!
Dar espaço ao tempo...
Fantástico:)
Um resto de bom domingo***
Acho que nunca tinha lido nada do autor.
Mas gostei deste poema.
E tenho saudades de ler poemas teus...
Beijinhos.
Não conhecia o autor, mas gostei muito!
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