quinta-feira, junho 26, 2008

As amoras



O meu país sabe as amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.

Eugénio de Andrade

Imagem daqui

8 comentários:

Isabel Filipe disse...

soube-me bem ler este poema ...

bjs

papagueno disse...

Hmmm que delícia de poema. Sou completamente doido por amoras bravias. No Verão gosto sempre de ir para a mata encher a barriga. Podem vir mesmo quentes, é só sacudir o pó.
:D
Bjks

Sérgio Martins disse...

que saudades do verão em casa da minha avó. Amoras quentes e cheias de poeira, nada nos impedia de as devorar...

Nilson Barcelli disse...

Já não como amoras há tantos anos... tiradas nos silvados, eram deliciosas, mesmo cheias de pó...

O poema, como não podia deixar de ser, foi um excelente escolha.

Também gostei da música.

Beijinhos.

Fatyly disse...

Já ouvi uma garota de seis anos a declamar este poema e tinha na mão uma cestinha com amoras. Nunca mais esqueci aquele recital de poesia.

Adoro amoras:)

Beijos

peciscas disse...

Como me lembrei das amoras da minha infância, arrancadas da silva à beira do muro e comidas mais ou menos ainda cobertas de pó.

Lola disse...

Wind,

Venho deixar beijinhos e comer as amoras:)))

Paula Raposo disse...

Um desencanto encantado, com o gosto semi amargo destas amoras...