terça-feira, junho 17, 2008

Mar revolto



Meu mar é revolto,
Escuro e profundo.
Guarda mais segredos
Que o Vaticano.
Quem se aventura?
Quem vai navegar?
Neste mar bravio,
Pode naufragar.
Minhas ondas irrompem
Das líquidas entranhas,
E arrebentam, nervosas,
Em qualquer terra estranha.
Sei que você olha
Com temor e desejo,
Este desconhecido,
Misterioso oceano.
Mas teu corpo treme,
Tua alma angustia-se,
Quer partir e ficar,
Quer em mim procurar
Neste meu profundo mar,
Uma paz de sonho.
Posso te assegurar
Que uma paz assim
Não encontrarás,
Dentro de mim.
Pois sou mar revolto,
Sempre ando solto,
E não tenho paz.

Marco António Cardoso

Foto:Zacarias Pereira da Mata

3 comentários:

papagueno disse...

O mar, selvagem e misterioso. mais um belo poema de um autor que não conhecia.
Bjks

Fatyly disse...

Todos nós temos um pouco desse mar revolto o que nem todos têm porque não querem, é a capacidade de ACREDITAR que só se afunda se quizer.

Adorei, não conhecia o autor e a foto é linda.

Beijos

Paula Raposo disse...

Certo. Quem navegar mar assim, por sua vontade, arrisca-se a naufragar e não volta à tona...beijos.