sexta-feira, agosto 24, 2007
Um (Qualquer) Inverno
No Inverno
vem cedo a noite, caem as pálpebras,
e assim encerram todas as sombras dentro de si,
palavras voam, muito serenas e murmuradas,
que entorpecente cheiro a terra
se pega às mãos?
O canto das aves torna-se inquieto e mais agudo,
quando ficamos, frágeis e nus, frente à beleza.
No Inverno
vem cedo a noite, caem palavras,
e assim encerram todas as aves dentro de si,
minhas mãos voam, muito serenas,e tão agudas,
que entorpecente cheiro da terra
se pega às pálpebras?
O canto das sombras torna-se inquieto e murmurado,
quando ficamos, belos e frágeis,frente à nudez.
Manuel Filipe, in "Tempo de Cinza", pág.65,Apenas Livros
Foto:Joanna Joy
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2 comentários:
ora viva...belo tecto...ti descobres poemas que de facto nos prendem o olhar, a atenção e que nos deixam a flutuar nas alegorias das palavras
Beijocas Wind
Quem sou para comentar?!! Excelente. Sempre.
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