domingo, agosto 12, 2007
Ela, a Poesia de hoje
Ela, a Poesia de hoje,
Como que foge
De si mesma e se dói
De ter sido algum dia
Meramente poesia.
Erra,
Solitária e solene,
Nos caminhos da terra,
E vitupera o céu
E o que ele encerra:
- Ah! morra! Ah! esqueça Orfeu!
Canta a grilheta, a enxada
E a madrugada
Dos dias que hão-de-vir,
E como frutos, cair
Em nossas mãos...
Fala no imperativo,
E tem por vocativo
- Irmão! Irmãos!
Mas longe,
E perto, porque em nós,
Onde uma fonte canta
Uma toada clara,
Um fauno sabe e ri,
Na pedra gasta e escura,
Um fim de riso
De ironia rara...
Reinaldo Ferreira
Foto:Philippe Carly
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3 comentários:
Já tinha saudades das tuas escolhas poéticas e fotográficas! Beijos.
Este fulano escreve p'ra caramba:))) e este não conhecia.
Parabéns pela escolha!
Uma beijoca
Belo, não conhecia este poema. isto já é repetitivo mas a imagem é magnífica :)
Beijinhos.
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