Mais do que sonho: comoção!
sinto-me tonto, enternecido,
quando, de noite, as minhas mãos
são o teu único vestido.
E recompões com essa veste,
que eu, sem saber, tinha tecido,
todo o pudor que desfizeste
como uma teia sem sentido;
todo o pudor que desfizeste
a meu pedido.
Mas nesse manto que desfias,
e que depois voltas a pôr,
eu reconheço melhores dias
do nosso amor.
David Mourão-Ferreira
Foto:Yuri Bonder
*Acho que é repetido, mas apeteceu-me.
4 comentários:
Os meus parabéns, essencialmente pela forma como combinas as imagens com os textos! É de um excelente bom gosto!
Um abraço infernal!
Repetido ou não...DMF nunca cansa e lê-se sempre como se fosse a primeira vez. Só acontece quando se é um grande artista da palavra. Beijos.
Não há melhor prenda para um retorno de férias que um poema de Mestre David...
Lindo, podes repetir à vontade.
Beijinho.
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