quarta-feira, agosto 15, 2007

Canções de António Botto ( 8 )



No silêncio
Do meu desânimo triste,
Fui quebrando
As últimas ilusões...

Da vida não quero nada.

O que é que a gente constrói
Dando amor ou amizade?

Tranquiliza-te, sei bem:
Eras o único afecto
- Um frágil fio de cambraia
Envolvendo
A mais sólida ilusão -
Que se esvaiu como as outras...

Da vida não quero nada.

De tudo me hei-de esquecer...

E se aperto com dandismo
O nó da minha gravata,
É inda um defeito inútil
- Dos poucos que hei-de manter.

António Botto

Foto:Hanna Björkstedt

9 comentários:

Bernardo Kolbl disse...

Mentirosa!!!! Lololol...só sms devolvidas foram 5 ou 6...
Benvinda mesmo.
Um grande abraço!!!

Maria Papoila disse...

Não aperto o nó da gravata e da vida eu quero muito.

Special K disse...

O grande António Botto, tão bem que ele cantou o amor.
Beijinhos

Mocho Falante disse...

Triste mas ao mesmo tempo lindo.

Já tinha saudades tuas Wind

beijocas

Fatyly disse...

António Botto ao escrever este poema deve ter-se encontrado com a Espanca...e logo com o nó da gravata, chiça...
eu quero tudo da vida, porque sei lá a dose que vou ter depois.

Ora, ora nesta canção não embalo:))))

wind disse...

lol Fatyly o Botto era homossexual e não foi bem aceite no tempo que vivia, de tal modo que casou.
Penso e não o estudei que a tristeza vem daí.

Su disse...

um dos por mim amados....o poeta:) e sua poesia....

jocas maradas

Fatyly disse...

Sim wind eu sei, mas tem poemas como este que não são tristes... mas uma noite escura de invernia com raios à mistura:)))

wind disse...

lol