quarta-feira, agosto 22, 2007

Fim



Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza:
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro!...

Mário de Sá-Carneiro

Foto:Eric Richmond

5 comentários:

Paula Raposo disse...

Nem mais!!! Cheio de razão Mário de Sá-Carneiro!

Nilson Barcelli disse...

Vou pensar no meu direito de opção...
Grande Mário, quase esquecido. Fizeste bem em relembrá-lo.
Beijinhos.

Fatyly disse...

Sempre gostei deste poema porque faz-me lembrar a preocupação dos familiares em "mostrar do que parece bem" sem pensarem a simplicidade dos pedidos feitos como por exemplo ir de sapatos novos, descalço, sem flores nem velinhas, caixão do mais rasca que houver e ser cremado. Perantes estas pequenas coisas fazem-se funerais que mais parecem ...não digo:))))

A foto é espectacular!

Beijos

papagueno disse...

Faço minhas as palavras da Fatyly.
Beijinhos

wind disse...

Fatyly e Papagueno concordo, por isso editei este poema:)