Ele era paciente. Sempre fora assim. Nunca fora de precipitar-te sobre as coisas, nem de se apressar. Tomava sempre o seu tempo. Ele sabia que a pressa é inimiga da perfeição e para ele, perfeição era saborear o momento com tempo. Às vezes, deixava escapar algumas oportunidades. Outras vezes, colhia os frutos que tinha semeado há muito tempo atrás.
Demorava a preparar-se de manhã. Tomava banho lentamente, sentindo na pele, a macieza do seu gel preferido e a água a escorrer-lhe pela pele. Desfazia a barba com calma, pormenorizadamente. Gostava de comer devagar. Reter o gosto na boca mais tempo. Sofria do stresse do trabalho como os outros mas a lentidão tornava-o mais perfeccionista.
Talvez por ser assim, sentia-se sempre atraído por mulheres eléctricas, recheadas de vida. Tentava tocar-lhes com o seu olhar quente, mas a maioria nem reparava nele, permanecia demasiado na sombra. Apesar da indiferença e das rejeições, mantinha-se firme. Sabia que havia de a encontrar, aquela que o haveria de arrebatar com paixão, aquela que viria repousar na sua doçura. Era só uma questão de deixar aqui e ali umas gomas de carinho, uns rebuçados de amor, uns quadradinhos de prazer. Sabia bem que mais tarde ou mais cedo, conseguiria cativar toda aquela energia. Era só esperar…
Jacky (13.11.2005)
6 comentários:
Quem espera desespera, ou quem espera sempre alcança?:)
Nunca hei-de perceber este paradoxo, que aplico à tua bonita prosa:)
Gostei imenso de te ler Jacky!! Como diz a Wind também nunca hei-de entender o paradoxo...afinal em que ficamos?! Gostei. Vou ficar a pensar neste teu texto.
Boa noite. Sem grande paciência. Bjinho.
Esperanças renascidas.
Jacky !!!
bj)
Fantástico Jacky...muito bem escrito parabéns
Beijocas às poetisas da blogoesfera
Varia conforme os casos. Às vezes a persistência ganha e ás vezes temos de aceitar que não ganhamos nada em esperar :)
Beijinhos
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