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Uma cidade amadurece nas vertentes do crepúsculo
Há um íman que nos atrai para o interior da montanha.
Os navios deslizam nos estuários do vento.
Alguma coisa ascende de uma região negra.
Alguém escreve sobre os espelhos da sombra.
A passageira da noite vacila como um ser silencioso.
O último pássaro calou-se.As estrelas acenderam-se.
As ondas adormeceram com as cores e as imagens.
As portas subterrâneas têm perfumes silvestres.
Que sedosa e fluida é a água desta noite!
Dir-se-ia que as pedras entendem os meus passos.
Alguém me habita como uma árvore ou um planeta.
Estou perto e estou longe no coração do mundo.
António Ramos Rosa
Foto:Elena Vasileva
3 comentários:
Um dos poemas que mais gosto de António R.Rosa. Gostei de reler e a foto é um espectáculo.
Beijos
Eu adoro ler Ramos Rosa. Um poema formidável! Beijos Isabel.
O crepusculo.
Dos silenciosos espelhos.
Feitas estrelas.
De silvestres ondas.
Na noite habita.
o perto e o Longe.
bjs
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