sexta-feira, fevereiro 02, 2007
O mosquito escreve
O Mosquito pernilongo
trança as pernas, faz um M,
depois, treme, treme, treme,
faz um O bastante oblongo,
faz um S.
O mosquito sobe e desce.
Com artes que ninguém vê,
faz um Q,
faz um U e faz um I.
Esse mosquito esquisito
cruza as patas, faz um T.
E aí, se arredonda e faz outro O,
mais bonito.
Oh!
já não é analfabeto,
esse inseto,
pois sabe escrever o seu nome.
Mas depois vai procurar
alguém que possa picar,
pois escrever cansa, não é, criança?
E ele está com muita fome.
Cecília Meireles
Imagem daqui
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4 comentários:
Wind, em 1984, li Cecilia na 1ªvez.
Se eu fosse apenas.
Se eu fosse apenas uma rosa,
com que prazer me desfolhava,
já que a vida é tão dolorosa
e não te sei dizer mais nada!
Se eu fosse apenas água ou vento,
com que prazer me desfaria,
como em teu próprio pensamento
vais desfazendo a minha vida.
Perdoa-me causar-te a mágoa
desta humana, amarga demora!
de ser menos breve do que a água,
mais durável que o vento e a rosa.
20 anos que não tocava neste Livro.
jinos
E como eu gosto dela em todos os seus géneros!
Não conhecia este poema da Cecilia.
Achei-o delicioso.
bfds
beijos
Não conhecia este poema, adorei! Beijos
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