terça-feira, abril 18, 2006
O silêncio
Na sombra cúmplice do quarto,
Ao contacto das minhas mãos lentas
A substância da tua carne
Era a mesma que a do silêncio.
Do silêncio musical, cheio
De sentido místico e grave,
Ferindo a alma de um enleio
Mortalmente agudo e suave.
Ah, tão suave e tão agudo!
Parecia que a morte vinha…
Era o silêncio que diz tudo
O que a intuição mal advinha.
É o silêncio da tua carne.
da tua carne de âmbar, nua,
Quase a espiritualizar-se
Na aspiração de mais ternura.
Manuel Bandeira
Foto:Yuri B
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5 comentários:
Também gosto da imagem :)
Beijos.
Claro que aceitamos!
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Beijinhos
ora cá tou eu para te dizer que vou hoje mesmo responder ao teu desafio....
Beijocas muito doces.
Ps: Esta música coloca-me em completo extase, excelente escolha
As coisas que se podem dizer sobre o silêncio...
Gostei de ler o poema. Boa escolha.
Beijos.
Aprendi a amar a Poesia de Manuek Bandeira desde que, há muitos anos
alguém me trouxe um livro do Brasil. E que bem que ele fala do amor, de todo o amor e também daquele que sa faz "na sombra cúmplice do quarto".
Um beijo da
Maria mamede
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