domingo, novembro 25, 2007

O cavalo



Teus poros exalam o fumo
Do lar dos deuses de onde vieste.
Rompante de espuma e de lume
És sol quadrúpede ou mar equestre?

Desfilando derramas o ouro
Do teu rio inacabável,
Desmedido relâmpago louro
De um deus equídeo possante e frágil.

Tudo existiu para que fosses
No contraluz desta madrugada
Mitológica proporção perfeita
Em purpúrea bruma recortada.

Pois que te é divino mister
Humanos olhos extasiar
A dúvida é só perceber
Se vieste do sol ou do mar.

Natália Correia

Foto:Okan Metin

5 comentários:

Paula Raposo disse...

Só um Poeta consegue dar esta dimensão...adoro Natália Correia.

Fatyly disse...

A dúvida é só perceber
Se vieste do sol ou do mar.
.............
poderoso e tenho pena que esta poetisa tenha partido tão cedo!

BOM DOMINGO****

Isabel Filipe disse...

Não conhecia ...

é um belo poema.


beijinhos

lena disse...

um dos seus poemas que adoro

só Natália Correia conseguía vestir assim um poema

a saudade quebro-a enquanto a leio-a

wind mais uma vez soubeste maravilhar-me

um abraço terno

beijinhos para ti

lena

papagueno disse...

Eu gosto de pensar que venho do mar. Grande Natália e o cavalito é lindo!
Beijocas