domingo, maio 21, 2006

Delírio



Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.

No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci....

Olavo Bilac

Foto:Lutz Behnke

5 comentários:

Alien8 disse...

Obediente, o Olava :)
Beijinho.

Alien8 disse...

Olavo*

maria disse...

Escolha feliz a deste belo e sensual poema de Olavo Bilac...
Beijinho Wind

Hindy disse...

Intenso e sensual! :)
Beijinhos

Su disse...

sem moralismos..adorei
jocas maradas