Era a primeira vez que nus os nossos corpos
Apesar da penumbra à vontade se olhavam
Surpresos de saber que tinham tantos olhos
Que podiam ser luz de tantos candelabros
Era a primeira vez cerrados os estores
Só o rumor do mar permanecera em casa
E sabias a sal, e cheiravas a limos
Que tivesses ouvido o canto das cigarras
Havia mais que céu no céu do teu sorriso
Madrugada de tudo em tudo que sonhavas
Em teus braços tocar era tocar os ramos
Que estremecem ao sol desde que o mundo é mundo
É preciso afinal chegar aos cinquenta anos
Para se ver que aos vinte é que se teve tudo.
David Mourão-Ferreira
Foto:Dorota
"Roubado" descaradamente à Gi, que tem um blog de arte onde uma pessoa fica maravilhada:)
10 comentários:
Grande Mestre, Belo Poema...
Wind......excelente poema!
Fui ao espaçinho da Gi.....muito bom realmente!Hei-de la voltar!
Uma beijoca enorme cara amiga..... e excelente semana!
;)
Como ele nos faz falta! Quanto ao blog da Gi - um dos melhores.
Faço minhas as palavras de ludovicus rex! Beijos
A marca inconfundível do Davd.
Mas não concordo lá muito com os dois últimos versos...
Concordo com o Peciscas.
Já sabes que adoro David Mourão-Ferreira, mas os dois últimos versos...
Tenho que defender a minha faixa etária:)
Beijos.
Ia a responder quando vi que o peciscas já tinha respondido por mim:):):):)
Um belo poema mas nos últimos dois versos diria:
"É preciso afinal chegar aos cinquenta anos
Para se ver que aos vinte não se teve tudo"!
Boa escolha!
Beijocas
e foi muito bem roubado, ela não se importa.Concordo contigo, o blog dela é uma autêntica viagem pelo melhor da arte, pelo menos da que eu aprecio.
o David tem razão, só mais tarde (por vezes-ou quase sempre- tarde de mais) descobrimos o pouco valor que demos ao que já tivemos, e quer queiramos quer não, isso faz parte de nós.
é um poema lindíssimo merece bem um "roubo" simpático.
excelente poema...poeta...todo ele
pssttt curiosa eu, fui ver a Gi e opssss adorei e opsss tenho de me conter nos ditos"roubos"
jocas maradas
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