sábado, abril 07, 2007

A pele e o vento



Quando a madrugada vem
e o Vento sopra
a pele em poesia desabrocha
dizendo nua os versos de
arrepios.

E se o Vento sopra sussurrante
como uma brisa morna estremecendo
os pêlos
a Pele, que é poesia,
mergulha em desvarios
e canta para a lua seus versos
de delírios
e espera suplicante o toque
redentor.

(até que o vento, em sopros
de amor
se deita sobre a Pele
e suas mãos segura.)

então a Pele, agora em loucura
sente os cabelos longos do Vento
lhe fazerem cócegas; ouve os
sussurros do Vento em suas costas
sente sobre si o peso do desejo

e cândida, rende-se;
lânguida, deita-se;
ávida, molha-se;

sente nas costas o peso
do Vento
e treme;
agita-se;
inunda-se;
e sonha;

tem dentro de si o corpo
do Vento
e tranca-se;
e move-se;
e geme;
e goza
(grávida, imensa, grata, plena);

quando a madrugada vem
e o Vento sopra
a Pele em poesia desabrocha
e a vida inteira fica
diferente.

Nálu Nogueira

Foto:Stanmarek

5 comentários:

Geoffrey Kruse-Safford disse...

The skin & the Wind? Interesting . . .
Beijos, my friend, e bom fim de semana

wind disse...

Beijos geoffrey:) Bom fim de semana:)

Fatyly disse...

quando a madrugada vem
e o Vento sopra
a Pele em poesia desabrocha
e a vida inteira fica
diferente.
.............
um hino ao amor, lindissimo!

Beijos e um Bom domingo!

poetaeusou . . . disse...

///
e canta para a lua seus versos
de delírios
/
e a foto, delirante...
/
e eu deixo mais um)
///

Márcia Maia disse...

Olha que alegria: um poema de minha queridamiga Nálu aqui, unindo os dois lados do mar.

Beijo grande, de chocolate, viu?