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A noite vem poisando devagar
Sobre a Terra, que inunda a amargura...
E nem sequer a benção do luar
A quis tornar divinamente pura...
Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu oiço a Noite imensa soluçar!
E eu oiço soluçar a Noite escura!
Porque é que és tão escura, assim tão triste?
É que talvez, ó Noite em ti existe
Uma Saudade à que contenho!
Saudade que eu sei de onde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!...Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!
Florbela Espanca
Foto:Pedro Gomes
2 comentários:
:))) beijos
Ao percorrer o teu blog percebi de repente: a Florbela era o mais sebastianista dos nossos poetas.Formidável descoberta! Beijos
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