segunda-feira, novembro 01, 2004

Amiga




Deixa-me ser a tua amiga, Amor,
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor,
A mais triste de todas as mulheres.

Que só, de ti, me venha mágoa e dor
O que me importa a mim?! O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!

Beija-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascêssemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...

Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechadas, nestas mãos,
Os beijos que sonhei p'rá minha boca!...


Florbela Espanca

Foto:Helena Maria Milheiro

1 comentário:

Anónimo disse...

Florbela! Poeta da minha adolescência! Que releio com indelével prazer.
nadaespecial deseja-te um feriado superespecial! ;-)**