
Por vezes cada objecto se ilumina
do que no passar é pausa íntima
entre sons minuciosos que inclinam
a atenção para uma cavidade mínima
E estar assim tão breve e tão profundo
como no silêncio de uma planta
é estar no fundo do tempo ou no seu ápice
ou na alvura de um sono que nos dá
a cintilante substância do sítio
O mundo inteiro assim cabe num limbo
e é como um eco límpido e uma folha de sombra
que no vagar ondeia entre minúsculas luzes
E é astro imediato de um lúcido sono
fluvial e um núbil eclipse
em que estar só é estar no íntimo do mundo
António Ramos Rosa
Imagem retirada do Google
4 comentários:
Escrever assim é simplesmente belo!!!!
Beijos.
A considerar como um tipo de escrita aparentemente lúcido.
Gostei.
Bjs
Imensamente tocante e sublime. A foto é lindissima!
Beijocas e um bom serão
As sombras
não passam do chão
Enviar um comentário