
Um tango na vitrola um vermute
à meia-luz na sala
promessa de pecado e de desfrute
mas inda se cala
aberto até acima do joelho
revela-se o vestido
decote debruado de vermelho
como prometido
e a mão conduz a mão até a dança
desliza no cabelo
daí ao colo à boca ao corpo e avança
mais — sem atropelo
e agora o que era dança beijo seja
e o que se oferecia
tomado e repartido se anteveja
como apetecia
(...)
manhã terno e vestido em desalinho
a um canto do sofá
um corpo noutro corpo faz seu ninho
— o que mais falar?
Márcia Maia
Pintura retirada do Google
3 comentários:
Melodioso e gostei muito!
Beijocas
Tango, a dança triste como muita gente lhe chama.
Bom texto.
Muuito bonito poema. Gostei.
Beijos.
Enviar um comentário