quinta-feira, março 02, 2006
No fim
Creio que não sobrevivarás
à face cruel da lua.
Digo-te pelos lábios exangues,
pela dorida palidez da pele nua;
Pelos olhos, livres como espíritos:
-Negam-se a outros olhos;
Fogem para prados muito verdes
e só eles os podem suportar.
Fixam-se para lá de mim,
trespassam-me como uma lágrima.
Sem estertores, o corpo tenso
estaria leve, liberto enfim.
Respiras?
Um fio cortado
frágil, cansado,
hora após hora.
Finas-te em areia.
O mundo desaba agora:
-Triunfante e desolada,
a morte tudo rodeia.
Poema:Manuel Filipe
Foto:João Coutinho
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