
Para que fogueira nos leva esta marcha
indecisa?
Que significam os breves sinais vacilantes,
vivos, no intervalo de duas ondas?
Ah! Estas cintilações escritas na água:
-Luzes de um vórtice que se abre a cada passo.
Que maravilhas, iremos acordar, mais longe,
enlaçados, no meio das ervas ralas?
Sobre o oceano, o cheiro, (o toque) salino dos
corpos,
a exaltação transmutada, face ao céu escarlate,
a tentação do dia ao rubro - E tu sossegas.
Corre-te uma gota de suor pela face
adormecida,
aparo-a, ao de leve, com os lábios.
Como uma sombra silenciosa,
vou descobrindo os teus seios.
Não, não despertes,
quero sentir apenas o teu respirar pausado,
fixar-te a silhueta, contra a areia à solta.
Poema:Manuel Filipe
Foto:Yuri B
2 comentários:
A suave sensualidade, num poema belo. Gostei da escolha.
Um abraço e bom fim de semana ;)
O tal q editou um livro agora há pouco tempo. Gostei. Lá terei q encomendar...
Beijos e bom fim de semana
Enviar um comentário