segunda-feira, fevereiro 28, 2005
Aceso no almo ardor, que a mente inflama.
Aceso no almo ardor, que a mente inflama.
Vivo de Amor, de Amor suspiro e canto;
Na face agora o riso, agora o pranto,
De árvore tua, oh Febo, eu cinjo a rama:
Prezo a doce moral, na voz da fama
Meu nome,pouco a pouco aos céus levanto
Mas turba vil, que abato, anseio e espanto,
Urde em meu dano abominável trama;
Réu me delata de hórrida maldade,
Projecta aniquilar-me o bando rude,
Envolto na leteia escuridade:
Que falsa ideia, oh zoilos, vos ilude?
Furtais-me a paz? Furtais-me a liberdade?
Fica-me a glória, fica-me a virtude.
Bocage
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