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Oh deusa, que proteges dos amantes
O destro furto, o crime deleitoso,
Abafa com teu manto pavoroso
Os importunos astros vigilantes;
Quero adoçar meus lábios anelantes
No seio da Ritália melindroso;
Estorva que os maus olhos do invejoso
Turbem de amor os sôfregos instantes;
Tétis formosa, tal encanto inspire
Ao namorado sol teu níveo rosto,
Que nunca de teus braços se retire!
Tarde ao menos o carro à Noite oposto,
Até que eu desfaleça, até que expire,
Nas ternas ânsias, no inefável gosto.
Bocage
Foto: João Freitas
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