sexta-feira, fevereiro 04, 2005
125 Azul
Foi sem mais nem menos
Que um dia selei a 125 Azul
Foi sem mais nem menos
Que me deu para arrancar
Sem destino nenhum.
Foi sem graça nem pensando
Na desgraça que entrei pelo calor
Sem pendura que a vida já me foi dura
Para insistir na companhia.
O tempo não me diz nada
Nem o homem da portagem
À entrada da auto-estrada
A ponte ficou deserta nem sei mesmo
Se Lisboa não partiu para parte incerta.
Viva o espaço que me fica pela frente
E não me deixa recuar
Sem paredes sem ter portas nem janelas
Nem muros para derrubar.
Talvez, um dia me encontre.
Sim, talvez me encontre.
Curiosamente, dou por mim pensando
Onde isto tudo me vai levar
De uma forma ou de outra há-de haver
Uma hora para a vontade de parar
Só que à frente o bailado do calor
Vai-me arrastando para o vazio
E com o ar na cara vou sentindo
Desafios que nunca ninguém sentiu.
Entre as dúvidas do que sou
E onde quero chegar
Um ponto preto quebra-me
A solidão no olhar.
Será que existe em mim
Um passaporte para sonhar
E a fúria de viver
É a mesma fúria de acabar.
Foi sem mais nem menos
Que selei a 125 Azul
Foi sem mais nem menos
Que parti sem destino nenhum
Foi com esperança
Sem ligar muita importância
Aquilo que a vida quer
Foi com força acabar por se encontrar
Naquilo que ninguém quer.
Mas Deus leva os que quer
Só Deus tem os que ama.
Trovante
PS: Para este poema tive de colocar duas fotos, só assim me faz sentido!
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