sexta-feira, fevereiro 10, 2006

O cântico do mar



Eis que estremecemos,
corpos aturdidos, ao apelo do mar,
que desinquietou
o silêncio húmido das rochas na praia.

Perde-se a palavra no eco das ondas,
pois ficamos hirtos, de ouvidos imersos
no cântico do mar:

Fúria de asas brancas que ronda no vento
seixos que deslizam, num vai-vem feliz,
estalidos furtivos de conchas quebradas,
e subindo mais alto, o troar contínuo
do cântico do mar.

Voltamos no tempo, solta-se ternura,
aquieta-se o rosto, nas sombras, na luz,
e sorrimos absortos, de ouvidos atentos
ao coral tremendo,
do cântico do mar.

Poema:Manuel Filipe

Foto:Stanmarek

2 comentários:

Orlando disse...

Olá Wind,
as tuas fotografias cada vez nos cortam mais a respiração:))

Parrot disse...

Wind,

Poema muito....belo. :))

Bom fim de semana