sábado, fevereiro 11, 2006

Castigo



Desencaixo-me displicente.
Esvaziei-me, enfim.
Teu corpo
ainda queima,
tua mão ainda afaga.
Jamais
o prazer fora tão perverso.
Escondo meus lábios
atrás do batom.
Teus olhos
– canibais marinhos –
começam a se desfazer.
Não consigo te acompanhar.
És tão tolo...
Ainda me engasgo
com um último orgasmo.
Venci.
Sou aquela
que pela primeira vez
amas.
Mas a noite se esvai.
Sei que vais me tocar:
deixarei?
Não quero me amarrotar.
Tua boca me implora,
só que as estrelas se apagaram.
Vou-me embora
para nunca mais...
Se fosse amor,
não acabaria.

Agostina Akemi

Foto:Yuri B

2 comentários:

Mocho Falante disse...

é...se fosse amor não acabava, se fosse bom sexo repetia-se ocasionalmente, ...ou não!

beijocas

Caracolinha disse...

O amor é sempre o amor, pode assumir muitas formas e é sinónimo de felicidade, só assim faz sentido chamá-lo com esse nome. Beijoca encaracolada :))))