quarta-feira, fevereiro 01, 2006

O amor que sinto



O amor que sinto
é um labirinto.

Nele me perdi
com o coração
cheio de ter fome
do mundo e de ti
(sabes o teu nome),
sombra necessária
de um Sol que não vejo,
onde cabe o pária,
a Revolução
e a Reforma Agrária
sonho do Alentejo.
Só assim me pinto
neste Amor que sinto.

Amor que me fere,
chame-se mulher,
onda de veludo,
pátria mal-amada,
chame-se "amar nada"
chame-se "amar tudo".

E porque não minto
sou um labirinto.

José Gomes Ferreira

Foto:Mario Leko

5 comentários:

Estrela do mar disse...

...sabes que a Estrela do Mar faz anos na sexta-feira?...e anda tão tristinha...vamos fazer uma grande festa para ela?...

Ass: Kikas e Tiko

Muitos ronrons

Pink disse...

O amor é um labirinto e fere; nele o poeta se perdeu e sofre, identificando-se assim, ele próprio, com o labirinto... Poema belo e bem ilustrado.

Um beijo

Anónimo disse...

Faz-me impressão sempre que vejo alguém com essa máscara, apesar de ser uma mulher do teatro, não consigo associa-la ao teatro mas sim a alguém que muito sofre e que se esconde. Aliás o texto leva-nos a acreditar nisso mesmo. Abraço.

Maria Carvalho disse...

Muito belo!

Su disse...

...e pq não minto sou um labirinto


é isso mesmo, gostei de ler
jocas maradas