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Detesto a chuva,
Detesto poemas sobre a chuva,
Detesto a purificação da alma
Que leio nos poemas sobre a chuva.
A mim...
A chuva molha-me,
Cola-me a roupa ao corpo,
Provoca-me constipações.
Nunca me purificou a alma!
Mas já enlameada,
Me conspurcou o corpo.
Detesto os lugares comuns escritos sobre a chuva...
Em dias de chuva refugio-me nos lugares comuns:
Debaixo de varandas, entradas de prédios e cafés
Evitando assim ser baptizada, limpa e purificada
Pela água suja e fria que cai dos céus.
Encandescente, in"Palavras Mutantes", pág.32, Edições Polvo
Imagem retirada do Google
4 comentários:
Encandescente sempre surpreendente e precisa nos seus poemas.
Como gosto de ler e reler os seus livros:)
Beijocas e um bom dia
Geralmente estou de acordo com a Encandescente. Esta é mais uma. Nunca gramei a chuva...beijos.
Mais uma bela criação da Encandescente.
Embora eu não desgoste de todo da chuva.
E, por coincidência (ou não) , hoje está a chover.
Gostei do blog e do texto.
Os meus parabéns pelo blog.
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