quinta-feira, agosto 17, 2006

À proa



Eu tenho insistido em poucas coisas
e desistido de muitas.

No barco, o leme se perde,
eu e meu quepe distraídos,
sombra e olho fixos no mar
Quase tudo é movimento de suspense:
lápis parado no ar.

Positivos, fatais,
os círculos se fecham
Mas eu não.

Fico imóvel a emitir as ondas magnéticas
do que está por vir.
E o futuro de todos
me atinge como um raio:
este ama,

aquele ali dá aulas
uma lá tem filhos
EU

estou
entre fechar os livros
no meio da lição,
ou prosseguir mirando o livro
como um barco
num mar
imprecisão.

Suzana Vargas

Foto:Maury Perseval

4 comentários:

Alien8 disse...

Boa imprecisão, a da foto :)))
Um beijo.

Mocho Falante disse...

é fantástico os poemas que tu encontras e aqui partilhas

obrigado

beijocas

Cristina disse...

Concordo com o mocho, aonde é que tu vais buscar estes poemas todos?
:)
beijinhu

Su disse...

gosteiiiiiii
jocas maradas