domingo, junho 11, 2006

outro.poema@eletronico



Moderno
transitório
fugaz...
...efémero
compatibilidade total
a última revolução de costumes
a última moda
e a gente nem se vê
não se fala, não se beija
não se ama
se entende, se atura
se compreende
loucura!
e você tao clássica e eu tão moderno - na vida
e eu tão clássico e você tao moderna - no amor
loucura!
loucura eletrónica...
matou o último poema shakespeariano

O último amor
o último suspiro da máquina de escrever
da caneta Mont Blanc
e última rosa do jardim
digitalizada
perpetuada sem perfume
causou eterno sofrimento no poeta
que morreu dactilografando o último poema
- que foi transcrito,
tambem digitalizado,
imortalizado
como o poeta não queria -
derramando a última lágrima passional da última amada
que por sua vez também foi digitalizada
por fim,
o amor foi compactado, restrito a um arquivo qualquer
de uma ala qualquer
de um museu qualquer
da world wide web...

Vladimir Campos(Trilogia do Futuro - momento de revolta)

Foto:Michał Karcz

3 comentários:

Márcia Maia disse...

olha eu de volta. ;)
beijos muitos.

Pink disse...

Poema interessante e com muita lucidez se pensarmos no que se passa no mundo virtual/real ...

Um beijo

Alien8 disse...

Hmmm... a julgar pelos teus posts, a poesia está bem viva na net :)
Beijo, Wind.