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O brilho inocente se dissipou
Dentro de um abismo violento.
Daquela réstia sagrada
Não há rastros coloridos,
Não há emoções infantes,
Não há vida.
Ainda como o condenado cego,
Com suas cicatrizes da vergonha
Em meio à sina medonha
Que tanto o flagela.
Cresce e fenece...
Só vejo a feição ingênua,
Surda pelos latidos do desprezo.
Só vejo a coléra pálida da fome
Molestar cada vez mais
E as forças mirradas
Se queixando desta dor vertiginosa.
Cresce e fenece...
Implora, meu amigo,
Como o cão que pede comida
Pelo último suspiro vivo da tua vida.
Diego Ramires Bittencourtt
Foto:Sebastião Salgado
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