terça-feira, junho 27, 2006

A menina pó de arroz



A menina pó de arroz,
Nascida à beira do mar
Com o oceano nos olhos
E com sorrisos de lua
Nos seus lábios pequeninos
Que nunca ninguém beijou,
A menina pó de arroz,
Com seus cabelos de cobre
Onde o vento vem brincar,
Assoma à sua janela
P'ra ver a noite estrelada,
Para ouvir os sons da noite,
Para beber o luar.
Para ter em suas mãos
Macias, longas e brancas,
A noite tépida e branda,
A velha noite calada.
A menina pó de arroz,
Que por uma abreviatura
Do seu nome arrevesado
É chamada entre família
Por um nome miudinho
De marca de pó de arroz,
Com seu corpinho de fada
Que saiu de alguma fonte
Que há pouco perdeu o encanto,
Com a cabeça nas mãos,
Enquanto na casa dormem,
Veio pôr-se na janela
Para que a noite a beijasse.
A menina pó de atroz
Estará enamorada?

António Rebordão Navarro

Foto:Maury Perseval

5 comentários:

Delfim Peixoto disse...

Sem dúvida, é sempre bom retornar aqui e ler as tuas escolhas
bjnhs doces

augustoM disse...

Então que tal foi o jantar? E o regresso, correu bem?
Gostamos muito de ter podido contar contigo.
Um abraço. Augusto

augustoM disse...

Já me esquecia. Que tal as fotografias? Quando podem ser vistas?

wind disse...

Thanks progressive christian:)
Kiss

VdeAlmeida disse...

Está-se sempre enamorado, Wind. E não é uma pergunta :-)
Beijinho grande