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Rangia entre nós dois a música da areia
como se fosse Agosto a dedilhar um sistro
Agora está fechada a casa onde te amei
onde à noite uma vez devagar te despiste
Floresça o clavicórdio em pleno mês de Outubro
Na harpa de Setembro entrelaçou-se a vinha
A que vem de repente entre os dois este muro
feito de solidão de sal de marés vivas
Podia conjurar-te a que não me esquecesses
mas é longe do Mar que os navios são tristes
De que serve o convés com a sombra das redes
Quis a tua nudez. Não quis que te despisses
David Mourão-Ferreira
Imagem retirada do Google
4 comentários:
Lindissimo e com um final fantástico.
Beijos e um bom domingo
Sorrio sempre que leio DMF...
Uma beleza!!
Uma maravilha.
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