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Uma rosa cresce na tua ausência. Não
a posso colher, a essa rosa vermelha que
incendeia a secura dos meus olhos. Limito-me
a vê-la, a rosa do centro, na sua rotação
de sentimentos e hesitações. Embarco
no rumo que ela me indica. Sei
que me conduzirá para o porto dos teus
braços, onde ainda estremecem as marés
do amor.
Mas se a tua ausência me oferece
esta rosa, de que me servem os seus
espinhos? Lambo devagar as suas
feridas, sentindo correr pela minha alma
o sangue fresco da tua voz: a voz que abranda
quando o fogo se apaga, e de cuja
brancura se soltam os ventos que empurram
o desejo. Levam-me para
os teus lábios, a quem a rosa
roubou a mais pura cor.
Abraço então o teu corpo de flor, roubando
à rosa o gozo da sua dor.
Nuno Júdice, visto aqui
Imagem retirada do Google
5 comentários:
Gostei!!
Beijos.
que beleza! que beleza!
um beijo daqui.
Excelente escolha.
Um dos meus poetas favoritos.
Boa semana, querida amiga.
Um beijo.
Potento, belo e sensual qb para o tornar tão mistico e magnífico.
Adorei!
beijocas
Belíssima poesia. Apaixonada fiquei pelas palavras!
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