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Vinha de um mundo
Sonoro, nítido e denso.
E agora o mar o guarda no seu fundo
Silencioso e suspenso.
É um esqueleto branco o capitão,
Branco como as areias,
Tem duas conchas na mão
Tem algas em vez de veias
E uma medusa em vez de coração.
Em seu redor as grutas de mil cores
Tomam formas incertas quase ausentes
E a cor das águas toma a cor das flores
E os animais são mudos, transparentes.
E os corpos espalhados nas areias
Tremem à passagem das sereias,
As sereias leves dos cabelos roxos
Que têm olhos vagos e ausentes
E verdes como os olhos de videntes.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Foto retirada do Google
4 comentários:
Lindíssimo, como não podia deixar de ser.
Beijos.
Inspirado, gostei...
Gostei imenso e desconhecia este poema.
Boa imagem:)
Beijocas e uma boa tarde
Beautiful Words and fantastic shot !!Unseen Rajasthan
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