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Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,
Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
A duplicada purpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram voo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.
Pablo Neruda
Imagem retirada do Google
3 comentários:
Eu bem que avisei...oh Nerudinha emu amor (apre) tu não divulgues este poema, mas o gajo não se conteve LOLLLLL
Este é de facto lindissimo:)
Beijocas e um bom domingo
Adorei. Sempre que se fala este nome lembro-me do carteito. hehehehe
Adoro este poema do Neruda!! E a foto é linda.
Beijos, bom domingo.
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