terça-feira, julho 22, 2008

Amor antigo



O amor antigo vive de si mesmo
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino não nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e beleza
Por aquelas mergulhas no infinito,
e por estas suplanta a natureza

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor ...

Carlos Drummond de Andrade

Foto:Alex Zhavoronkov

5 comentários:

Fatyly disse...

Um hino...lindissimo e a foto escolhida a dedo:)

Gostei muito!*********

Paula Raposo disse...

Excelente foto! Imagino que o antigo amor seja como o Poeta o canta. Eu não sei. Não passei por isso...

peciscas disse...

O amor quando é Amor, pode vencer o tempo e permanecer para além dele.

Nilson Barcelli disse...

Á bem capaz de ser assim.
Mas não há 2 amores antigos iguais...

Achei piada à foto.
Querias gozar com o "amor antigo"...?
Não acreditas, está visto...
Mas a tua intenção pode ter sido outra...

Beijinhos.

papagueno disse...

Hé hé mais uma imagem delíciosa.
beijos