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Como por um ralo atrás da pupila,
vêem-me agir:
nada divide o caranguejo, dividindo
os lodos em seu sulco,
e também suas pinças se amotinam
à passagem, com sombra,
duma ave marinha…
E antes da chegada ascendente do mar,
ou que alguém module a voz
pela que da nuvem soou
no paraíso, amam-se na areia.
Enquanto do largo
o halo dum navio nocturno
se expande e irisa em seu redor.
Sebastião Alba
Imagem retirada do Google
3 comentários:
Por acaso já marchava um pãozinho com pasta de caranguejo... :)
Boa surpresa de um autor que não conheço.
Um caranguejo sortudo: uma praia só para ele... :)
Bj
Há muito que não lia algo de Sebastião Alba e este não conhecia e gostei imenso.
Beijocas
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