sexta-feira, fevereiro 06, 2009

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Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.
Como cobrir-te de pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te dizer adeus
Porque imperfeito és carne e perecível

E o que eu desejo é luz e imaterial.

Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?

Hilda Hilst

Foto retirada do Google

3 comentários:

Paula Raposo disse...

Parece-me bastante platónico...mas hoje não estou boa entendedora! Beijos.

Fatyly disse...

Há de facto quem nunca consiga corresponder ao amor.

Este poema fez-me lembrar uma canção muito antiga:
- quem eu amo não me quer
- quem me ama mandei embora!!!

Gostei!

Beijocas e um bom fim de tarde GELADÉRRIMAAAAAAAAAAAA apre:(

peciscas disse...

Não conhecia esta poeta.
Gostei de ler.