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Já lívido repousa em seu regaço.
Já não escuta, não vê, não ri, não fala.
Aquele que foi Seu filho, Ela o embala
Morto, alheia a tempo e espaço.
O mistério parou no limiar dos assombros.
Dos irados profetas, das rígidas escrituras
Sobra um Deus morto; e os únicos escombros
São a atónita aflição das criaturas.
Eles choram, vários, como vários são
Sua revolta e sua dor. Absorto,
O olhar da Mãe escorre, inútil, no chão.
Ela, o que chora? O Deus parado - ou o filho morto?
Reinaldo Ferreira
2 comentários:
Um belo poema!
O que ela ou elas choram é uma dor irreparável com a morte de um filho, indo contra o que naturalmente Deus criou!
Não conhecia e gostei muito!
Beijos
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