segunda-feira, agosto 18, 2008

Nas vastas águas...



Nas vastas águas que as remadas medem.
tranquila a noite está adormecida.
Deslisa o barco, sem que se conheça
que o espaço ou tempo existe noutra vida,
em que os barcos naufragam, e nas praias
há cascos arruinados que apodrecem,
a desfazer-se ao sol, ao vento, à chuva,
e cujos nomes se não vêem já.
Ao que singrando vai, a noite esconde o nome.

Jorge de Sena

Foto:José Marafona

4 comentários:

Alien8 disse...

Wind,

Sena muito bem ilustrado, a culminar uma grande série de belos poemas que dá gosto recordar, e nalguns casos conhecer, e das imagens e fotos excelentes a que nos habituaste. A "Fábula da fábula" é uma delícia!

Beijinhos e boa semana!

Paula Raposo disse...

Os barcos e nós...beijos.

Fatyly disse...

Tão triste mas não menos real!

Beijos

papagueno disse...

Um belo poema de jorge de sena.
beijos