sexta-feira, setembro 28, 2012

Surdo, subterrâneo rio







Surdo, subterrâneo rio de palavras
me corre lento pelo corpo todo;
amor sem margens onde a lua rompe
e nimba de luar o próprio lodo.

Correr do tempo ou só rumor do frio
onde o amor se perde e a razão de amar
--- surdo, subterrâneo, impiedoso rio,
para onde vais, sem eu poder ficar?




Eugénio de Andrade


Imagem retirada do Google

3 comentários:

Anónimo disse...

Mas tu só conheces gente com classe?
Enorme Eugénio...

Bj

Fatyly disse...

Uma pérola e como diz o Observador, Eugénio tem mesmo muita classe!

Gostei imenso!

Beijocas

Nilson Barcelli disse...

Nunca me canso de ler o Eugénio de Andrade.
Um beijo, Isabel.