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Espelho, amigo verdadeiro,
Tu reflectes as minhas rugas,
Os meus cabelos brancos,
Os meus olhos míopes e cansados.
Espelho, amigo verdadeiro,
Mestre do realismo exacto e minucioso,
Obrigado, obrigado!
Mas se fosses mágico,
Penetrarias até ao fundo desse homem triste,
Descobririas o menino que sustenta esse homem,
O menino que não quer morrer,
Que não morrerá senão comigo,
O menino que todos os anos na véspera do Natal
Pensa ainda em pôr os seus chinelinhos atrás da porta.
Manuel Bandeira
Imagem retirada do Google
3 comentários:
Tão doce poema!! Tão querido. É isso. Que não morra a criança em nós...beijos, Isabel.
e puseste os chinelinhos atrás da porta?
Um poema que é sempre um delicia de ler e reler, porque é uma lição de vida.
Beijocas
"...Descobririas o menino que sustenta esse homem,
O menino que não quer morrer,
Que não morrerá senão comigo,"
É isso mesmo! Que jamais morra em nós a alma da criança que nós fomos um dia.
Bela escolha!
Beijinhos ;))
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