quinta-feira, dezembro 11, 2008

Ainda ontem pensava que não era



Ainda ontem pensava que não era
mais do que um fragmento trémulo sem ritmo
na esfera da vida.
Hoje sei que sou eu a esfera,
e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim.

Eles dizem-me no seu despertar:
" Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia
sobre a margem infinita
de um mar infinito."

E no meu sonho eu respondo-lhes:
"Eu sou o mar infinito,
e todos os mundos não passam de grãos de areia
sobre a minha margem."

Só uma vez fiquei mudo.
Foi quando um homem me perguntou:
"Quem és tu?"

Kahlil Gibran

Foto retirada do Google

4 comentários:

Paula Raposo disse...

Difícil saber quem somos. Belo poema. Beijos.

peciscas disse...

Um excelente texto que nos obriga a pensar sobre a nossa condição.

Alien8 disse...

Pergunta difícil, Wind, resposta bainda mais difícil. Nem Kahlil Gibran conseguiu responder... mas andou lá perto, neste e em outros poemas.

Beijos.

Fatyly disse...

Um grande pensador e esta prosa é bastante inquietante. Adorei!

Beijocas